A linguagem da luz é pura poesia e, por isso, na escola da infância, é uma linguagem que nos é muito cara. Permite a criação de sombras, fenômenos reflexivos, refratários e de projeção. Ela modifica objetos e seres, compõe cenários, ilusões de ótica, conduz pesquisas em relação ao distanciamento entre corpos e as fontes de luz, que mudam de dimensões.
Sobre uma mesa luminosa, as nuances de elementos naturais são percebidas em detalhes. As cores e transparências de um desenho remetem aos seres encantados e seus esconderijos na natureza. Contra a fonte luminosa, é possível ainda brincar com as sombras, fazendo-as interagir com cenários projetados.
Ao utilizarem a luz como recurso expressivo, as crianças dão vida à imaginação, brincando de criar narrativas a partir do manuseio de materiais ricos e diversos, escolhidos e apresentados de forma intencional pelos professores e atelieristas.
Por essa versatilidade, a linguagem da luz encanta, emergindo na percepção das cores e na dicotomia do claro e do escuro. Segundo Vecchi (2017, p. 53), esse recurso, seja utilizando luz natural ou artificial, pode ser uma fonte surpreendente de descobertas, “uma fascinante cenografia para contar histórias ou para mergulhar o corpo na imagem”.
Anamélia Sampaio
Atelierista
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