Você já ouviu falar em Reggio Emilia? Não estamos falando apenas da abordagem que é o que nos oferece caminhos para construir processos educativos que abraçam o dinamismo e valorizam a capacidade expressiva das crianças. O nome se refere a uma cidade com cerca de 170 mil habitantes que fica no norte da Itália e estava destruída no final da 2ª Guerra Mundial.
Na época, os cidadãos estavam tomados pela necessidade de reconstrução e o desejo de uma nova vida. Pensando nisso, eles decidiram que a melhor forma de recomeçar era construir uma escola com as próprias mãos, isso foi feito com o uso de detritos do que antes existia nos confrontos.
A escola foi construída por meio do dinheiro dessas famílias que haviam vendido seis cavalos, três caminhões e um tanque de guerra abandonado pelos alemães na época. A ideia era que essa instituição não fosse tradicional, muito pelo contrário! Teria que ter um projeto de futuro bastante diferente do que aquele presente.
Reggio Emilia começa com abordagem pedagógica específica a partir do pós segunda guerra. Foto: Wikipedia Commons
A visão que era transmitida da educação na época era contraposta por uma visão participativa – ou seja, em que adultos e crianças coparticipam da construção do conhecimento.
Em 1963, um grupo de mulheres começou a lutar pela municipalização das escolas. A partir disso, o atendimento passou a ser ampliado e foi quando começou o projeto de construir escolas públicas, laicas e de qualidade.
De acordo com a Prefeitura de Reggio Emilia, mais de cinco mil educadores visitam a cidade todos os anos com a missão de atualizar os próprios conhecimentos na abordagem.
História da cidade
Reggio Emilia é também chamada de "Tricolor". Foto: Pixabay
Falamos de educação, mas agora vamos falar primeiro da história da cidade como tudo. Uma curiosidade é que a entrada em Reggio Emilia é anunciada pela presença de três pontes. Afinal, o município é conhecido como “Tricolor”. Já que foi ali em 7 de janeiro de 1797 que nasceu a bandeira da Itália.
Tem muita história! Reggio Emilia pertencia ao império romano até a sua queda. Depois, foi quase que completamente despovoado. Na Idade Média foi cidade livre, mas estava sujeita a lutas internas que a levaram à transformação em ducado.
Com as invasões de Napoleão nasce a República Cispadana. Ela foi fundada com as cidades de Módena, Bolonha e Ferrara. Sucessivamente, com a anexação da Lombardia, ela passa a se chamar de República Cisalpina. Após a restauração do ducado, em 1815, Reggio começa a fazer parte da Áustria até 1859. No ano seguinte, ela é unida ao Reino da Itália.
Vale da Comida da Itália
Gnocco frito é prato famoso em toda a Itália. Foto: Wikipedia Commons
Se perder pelas ruas de Reggio é uma experiência que pode ser maravilhosa. As ruas de paralelepípedos dão um toque charmoso e antigo às ruas cheias de prédios históricos, igrejas, lojas, bares e restaurantes.
No caso da gastronomia, Reggio Emilia é como se fosse o Vale da Comida na Itália. A herança vinda da comida e do vinho reflete totalmente a cultura da região. Inclusive, cada cidade da região da Emília Romanha é famosa por um ingrediente que seja típico da culinária italiana.
Em Reggio Emilia, um dos destaques vai para queijo parmigiano reggiano e a produção de um dos melhores acetos balsâmicos do mundo. Além disso, o município conta com o cultivo de uvas para a fabricação do famoso Lambrusco italiano (vinho frisante).
Como estamos falando de uma cidade italiana não poderia deixar de mencionar as massas. Erbazzone é uma torta típica de Reggio Emilia. Ela é feita com um tipo de acelga escura cozida que é combinada com Parmegiano Reggiano e cebola. A massa da torta é fininha e leva apenas farinha, água, banha de porco (ou manteiga) e sal.
O gnocco fritto é um pastelzinho que faz parte da cozinha tradicional Emiliana. A produção leva ingredientes muito simples, como a farinha, o leite, a banha e o fermento. Outra massa típica é o capeletti com brodo. Ela é feita em formato de chapéu e pode ser recheada com carne bovina ou suína.
No caso das sobremesas uma das mais típicas é zuppa inglese. Um doce antigo parecido com tiramisú. Ele é preparado com pão de ló, creme de confeiteiro e embebido com licores. Outro doce famoso é a rosca romanhola. Ela pode ser coberta com grãos de açúcar ou embebida no leite ou no vinho.
O que visitar em Reggio Emilia?
Procura por turismo aumentou muito em Reggio Emilia nos últimos anos. Foto: Wikipedia Commons
Além das já mencionadas pontes que representam a porta de entrada de Reggio Emilia, outras dicas de locais para visitação são a Escola Diana e o Parque do Povo. A escola pode ser vista de dentro do parque, que é a maior área verde da cidade, ocupa o espaço onde ficava a cidadela de Gonzaga e, lá dentro, você pode ver cedros libaneses que atingem 15 metros de altura e são centenários.
Do parque outros dois pontos turísticos importantes são a Piazza Dela Vittoria, que abriga o belo Teatro Municipal (ou Teatro Valli) O exterior do edifício do Teatro é rosa e tem um estilo neoclássico. O interior também é muito buscado por turistas.
Outro local muito visitado é o Templo da Virgem Abençoada da Ghiara. É um dos principais edifícios religiosos da cidade, ele foi erguido em 1596 e é o monumento mais importante de um estilo importante na Europa: o Maneirismo.
Agora mudando de localização na cidade vamos para a famosa Piazza Grande. Apesar do nome, foi chamada assim apenas porque, comparando com a Piazza San Prospero que fica ali perto, a Piazza Grande é maior. Nos quatro lados da praça estão algumas das principais atrações da cidade.
Um dos grandes destaques é o Palazzo Municipale, onde está localizada a Sala del Tricolore, ou seja, o local onde nasceu a bandeira italiana. Em suma, uma parte significativa da história italiana e que merece ser conhecida.
Nos dois andares superiores da sala desenvolve-se o pequeno, mas interessante Museo del Tricolore, onde todas as alternativas da bandeira italiana ficam reunidas. De lá siga para a Piazza San Prospero e, depois, siga para a Via Emilia, que atravessa a Via Roma.
No local há uma placa que representa o que, antes, era o cruzamento entre o Cardo e o Decumanus e foi identificado como o centro físico de Reggio Emilia, o ponto de onde a cidade foi projetada. No local, foi colocado o primeiro paralelepípedo de Reggio Emilia. Foi ali onde tudo começou!
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